quinta-feira, 17 de março de 2011

MÊS DA MULHER - FORUM MARANHENSE DE MULHERES E PLAN


As mudanças empreendidas no Brasil na última década culminaram com a eleição
da presidenta Dilma Roussef, primeira mulher a assumir o cargo mais importante
de poder neste país. A vitória de Dilma, como ela mesma enfatizou em seu discurso
de posse, é a vitória de todas as brasileiras que lutam pelo reconhecimento do ser
mulher em uma sociedade profundamente marcada pelos valores masculinos que
contribui para a reprodução e permanência de altos índices de desigualdades de
gênero em todo o Brasil.

As desigualdades de gênero são visíveis, basta a convivência no cotidiano das
brasileiras e em especial, das maranhenses, para perceber como a violência
doméstica e sexual é parte de um processo cruel e desumano de cercear o direito
das mulheres de viver com liberdade e dignidade. Os dados registrados nas
Delegacias da Mulher, veiculados diuturnamente na imprensa maranhense,
desnudam a dimensão da gravidade do problema e a necessidade urgente de
medidas protetivas para as mulheres e uma ação mais rigorosa do Estado. O
exemplo é a má aplicação da Lei Maria da Penha pelos Tribunais de Justiça em
todo o País.

As desigualdades de gênero também são visíveis no mercado de trabalho: as
mulheres continuam recebendo os menores salários, mais de 60% do emprego sob
a responsabilidade das mulheres são os chamados empregos domésticos.

Contraditoriamente as mulheres detêm maior tempo de estudo que os homens e
cada vez mais amplia sua presença nos cursos universitários, o que subtende maior
qualificação que os homens. Ao lado desses dados observa-se que a maioria dos
cargos de chefias tanto no setor público como no setor privado estão sob a
responsabilidade dos homens demonstrando que o poder de decisão é masculino.

Na política é o espaço em que mais se reflete a desigualdade de gênero, embora
tenhamos elegido uma presidenta, entretanto, a presença das mulheres nos cargos
de poder no legislativo, municipal, estadual e federal é considerada o menor em
toda a América Latina. Não alcançamos nem 13%, quando na Argentina a
porcentagem de mulheres no poder é de quase 40%.
Essas reflexões que trazemos neste 8 de Março, após tantos anos de lutas,
passeatas, embates, debates, representam um esforço coletivo de pensarmos a
situação da mulheres, refletir sobre a importância do feminismo, neste ano que se
comemora 101 anos do Ano Internacional da Mulher.

São reflexões a partir de um olhar em que se agregam vontade, desejo e persistência para continuar acreditando em um Brasil mais igual e um Maranhão mais digno para mulheres e
homens. Essa dignidade passa pela construção de relações afetuosas, norteada pelo
respeito às diferenças e direito de sermos livres.

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